Vamos começar conversando sobre esse assunto que não costuma gerar muita simpatia entre os alunos, qualquer que seja a idade: a gramática!
Afinal, o que é a gramática? Por que precisamos aprendê-la? Qual a sua importância nos estudos de nossa língua?
Será que os estudos em torno da Língua Portuguesa se resumem àquela série de regras que estudamos desde que entramos na escola?
Vamos com calma, meu querido aluno! São muitas perguntas, eu sei! Mas vou adiantando, a gramática não é nenhum bicho papão!
E a nossa língua é maravilhosa, e a gramática (ou as GRAMÁTICAS!) nos permitem perceber o quanto há de poesia e variedade em nossa língua portuguesa!
Você não entendeu errado, não! Existem, dentre as pesquisas organizadas pelos estudiosos da língua portuguesa pelo menos QUATRO tipos de gramática! E cada uma estuda um aspecto diferente da língua!
Mas antes de elencar e dizer o que cada uma dessas gramáticas estuda, precisamos saber o que, afinal, é a gramática!
Podemos dizer que GRAMÁTICA é um conjunto de normas que organizam ou descrevem o uso corrente de uma língua, determinando-lhe um padrão. Este padrão, popularmente, é acolhido como o uso correto da língua, no entanto, se levarmos em consideração fatores como contexto de fala, classe social, fatores regionais, esse padrão sofrerá variações, fenômeno completamente natural dentre as línguas vivas, ou seja, as línguas ainda em uso.
Vejamos o caso do Brasil, que é um país de dimensões continentais, em que há um sotaque diferente em cada região, em cada estado. Esses sotaques e vocabulários peculiares a cada região forma-lhe uma identidade cultural. Dizem que a identidade de um povo é a sua língua. No entanto, devemos admitir que, em muitas situações, falantes nativos de regiões diferentes deste mesmo país não irão se compreender linguisticamente devido às diferenças em seus usos linguísticos.
Dessa forma, precisamos aprender a gramática padrão da nossa língua, para garantir o sucesso da comunicação em qualquer região em que se use a língua portuguesa!
Veja bem, caro aluno, não é o fato de esse padrão ser mais correto que os regionalismos ou as demais variações: é o simples fato de ele ser um padrão estabelecido socialmente, definido para o uso geral da língua.
Vejamos um exemplo: a forma como você conversa com seus amigos íntimos certamente é mais despojada que a maneira de se dirigir ao diretor ou diretora da escola? Certo. Acredito que para falar com alguma autoridade, você procura modular a sua fala de modo a soar mais formal, o que dá uma idéia de respeito.
Da mesma maneira, de nada adianta um médico, por mais culto que seja, falar de maneira extremamente difícil, usando nomes científicos, para um paciente idoso e semianalfabeto. Nesse caso, o médico terá de adequar sua fala para que o paciente lhe compreenda, e guardar as formalidades para momentos em que, de fato, isso lhe seja exigido!
O uso linguístico é como uma roupa! Modulamos nossas falas de acordo com a situação, da mesma maneira que escolhemos a roupa mais adequada conforme a situação: ninguém vai à praia de terno, ou a uma reunião de negócios de biquíni. Da mesma maneira, devemos usar coloquialismos, quando o contexto permitir, e ser mais formal quando o contexto exigir!
Afirmar que determinado uso linguístico é mais correto que outro, desconsiderando seus fatores contextuais, caracteriza-se preconceito lingüístico!
Agora que entendemos o que é gramática, para que serve e porque devemos estudá-la, vamos ver como esse estudo se organiza!
Tipos de gramática
Conforme anunciei anteriormente, a gramática se divide em quatro áreas. Para você entender melhor, montei um esquema ilustrativo:
Classes de palavras
E para finalizar, como o foco de nossas aulas é a GRAMÁTICA NORMATIVA, vamos relembrar as classes de palavras! Claro que falaremos mais delas nas próximas aula, mas vale relembrar rapidamente a que se refere cada classe de palavra, que são as categorias nas quais estão classificadas morfologicamente as palavras!
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