Iluminismo
O Iluminismo foi um movimento de ideias que se desenvolveu na Europa nos séculos XVII e XVIII e que continua influenciando o mundo atual. Neste módulo, vamos entender em que os iluministas acreditavam, quais eram os seus valores e suas vertentes científicas.
Para os pensadores iluministas, a razão era um valor supremo. Os iluministas divulgavam seus saberes a partir da publicação de materiais impressos. Uma das obras mais importantes produzidas pelos iluministas foi a Enciclopédia, organizada pelo filósofo e escritor francês Denis Diderot e pelo matemático Jean le Rond d’Alembert.
Os iluministas foram influenciados pelo experimentalismo e o racionalismo mecanicista, que são doutrinas científicas divulgadas no século XVII pelas obras de René Descartes e Isaac Newton.
Só por meio da razão e da sua aplicação, isto é, do ato de pensar, a humanidade alcançaria a luz, o esclarecimento. Para os iluministas, as pessoas estavam afundadas na ignorância e no fanatismo religioso. Além disso, os iluministas acreditavam que se devia duvidar de tudo o que era aceito porque tinha sido sempre assim (tradição), ou porque tinha sido dito por alguém com poder ou prestígio (autoridade).
Dessa maneira, eles opunham-se ao conhecimento baseado na autoridade e na tradição, e propunham a busca de um novo conhecimento baseado na razão. Os iluministas acreditavam que a razão conduziria os seres humanos ao progresso, e que o mundo era regido por leis naturais. Assim, era preciso conhecê-las e se dedicar à ciência.
Os iluministas também se opunham ao Antigo Regime, ao absolutismo, aos privilégios da nobreza e do clero, à intolerância religiosa e à falta de liberdade.
Os principais pensadores iluministas reconhecidos mundialmente são:
– Locke;
– Voltaire;
– Montesquieu;
– Rousseau.
John Locke
O inglês John Locke (1632-1704) dizia que todas as pessoas eram iguais, ou seja, tinham os mesmos direitos: direito à vida, à liberdade e à propriedade.
Locke foi considerado um dos “criadores” do liberalismo na política.
Para garantir esses direitos naturais, os indivíduos haviam criado governos. Locke foi considerado um dos “criadores” do liberalismo na política, pois se o governante tentasse impor o absolutismo, o povo poderia rebelar-se e retirá-lo do poder pela força das armas.
Voltaire
O francês François-Marie Arouet (1694-1778) mais conhecido como Voltaire, se tornou um pensador célebre por ter feito críticas à Igreja Católica e à monarquia absolutista francesa, por ter combatido a ignorância, o preconceito e o fanatismo religioso.
Voltaire foi preso duas vezes e refugiou-se na Inglaterra. Ele entrou em contato com as ideias políticas de John Locke e com base nessa vivência, escreveu Cartas inglesas, obra em que elogia a Inglaterra por ser um país em que havia liberdade de expressão, religião e o poder do rei era limitado.
Voltaire fez isso com o objetivo criticar a intolerância e o absolutismo francês. Voltaire também se destacou por sua luta em favor da liberdade de expressão. Portanto, defendeu a liberdade de expressão e supostamente teria dito a frase: “Posso não concordar com nenhuma palavra do que você disse, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las”.
Montesquieu
O jurista francês Charles-Louis de Secondat, Barão de Montesquieu (1689-1755), apresentou soluções para resolver os problemas jurídicos e sociais que a sociedade enfrentava naquele momento.
Em sua principal obra, O espírito das leis, Montesquieu defende a ideia de que, quando as pessoas têm poder, tendem a abusar dele, assim, era preciso evitar que o poder se concentrasse nas mãos de uma só pessoa ou um só grupo. O jurista analisou diferentes regimes políticos, criticou o Estado absolutista e propôs a divisão do Estado em três poderes:
- 1) Legislativo (que elabora as leis);
- 2) Executivo (que governa o Estado);
- 3) Judiciário (que julga e estabelece as leis e punições).
Segundo essa teoria, o governo dividido dessa forma só funcionaria bem se os três poderes fossem autônomos, isto é, se um fosse completamente independente da área do outro.
Rousseau
Muitas ideias do suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) continuam sendo atuais. Em uma de suas obras, O contrato social, Rousseau defende a ideia de que a vontade geral é soberana e que só o povo é soberano.
Assim, para Rousseau, se o governo escolhido por um povo não o estiver representando, o povo não só pode como deve substituí-lo.
Essas ideias influenciaram diversos movimentos revolucionários:
Os escritos de Rousseau foram uma das fontes de inspiração da Revolução Francesa, cujo lema era: liberdade, igualdade e fraternidade.
Inspiraram também a Conjuração Baiana, de 1798.
Influência do Iluminismo na América
Prevalecia na Europa a vontade de mudanças em relação ao Antigo Regime.
As elites coloniais norte-americanas desejavam o fim das restrições ao comércio com o Velho Mundo.
Influenciados pelas ideias iluministas, os povos passaram a questionar o domínio metropolitano, iniciando um movimento de emancipação política. A luta pela independência das 13 colônias inglesas, chamada por muitos de Revolução Americana, influenciou as demais colônias da América, que também começaram a questionar a dominação das metrópoles.
Excelente aula. A professora explica muito bem os detalhes ☺️