Independência das treze colônias norte-americanas e Revolução Francesa
A colonização inglesa das 13 colônias da América do Norte seguiu modelos diferentes de exploração e ocupação de todo território.
Nas colônias do sul, predominaram os latifúndios, pois os colonos usavam a mão de obra de africanos escravizados e plantavam produtos tropicais como algodão e tabaco para exportar para a Inglaterra.
Nas colônias do norte, predominaram as pequenas e médias propriedades. Com o uso de mão de obra livre, os colonos desenvolveram a policultura, a pecuária, a pesca, o comércio de peles e a manufatura, atividades voltadas principalmente para o consumo das colônias.
Conflitos
Até o início do século XVIII, as colônias norte-americanas possuíam relativa autonomia administrativa em relação à Inglaterra. Os governadores locais, nomeados pela metrópole, conviviam sem grandes conflitos com as assembleias dos colonos. As tropas inglesas eram bem reduzidas e cabia aos colonos proteger seus bens em conflitos com os nativos ou com os colonos franceses vizinhos.
Com a Guerra dos Sete Anos (1756-1763), a relativa autonomia das colônias foi abalada. O conflito travado entre França e Inglaterra recebeu apoio de diferentes governos europeus. A guerra envolveu disputas por territórios e estendeu-se até a América. Com a ajuda dos colonos norte-americanos, os ingleses venceram a guerra, tomando territórios franceses no Canadá e no Caribe.
Contudo, os enormes gastos militares deixaram a Inglaterra em sérias dificuldades financeiras. Para superá-las, o governo inglês criou novos impostos para suas colônias e endureceu o controle sobre suas atividades comerciais. Em 1764, a Lei do Açúcar impediu que esse produto fosse comercializado diretamente entre as colônias, dificultando o comércio triangular. No ano seguinte, a Lei do Selo criou uma taxa para a circulação de impressos na América inglesa. Os colonos organizaram um grande boicote, deixando de comprar produtos da Inglaterra.
O cancelamento da Lei do Selo, em 1766, acalmou os colonos. Nos anos seguintes, porém, novas medidas, como os impostos aos importados e maior fiscalização, motivaram o reinício dos conflitos.
As guerras de independência
Em 1773, a Inglaterra criou a Lei do Chá, que concedia o monopólio sobre o comércio do chá à Companhia das Índias Orientais. Isso provocou aumento nos preços do produto, muito consumido na América, estimulando diversos protestos entre os colonos.
O principal deles ficou conhecido como “Festa do chá de Boston” (Boston Tea Party, em inglês). Disfarçados de índios, alguns colonos invadiram navios ingleses e lançaram todo o carregamento de chá ao mar. Em resposta, a Inglaterra decretou uma série de medidas punitivas, chamadas pelos colonos de leis intoleráveis.
Os representantes das colônias norte-americanas exigiram o fim dessas medidas. A negativa do governo britânico aumentou as tensões entre a Inglaterra e suas colônias. Até que, em 4 de julho de 1776, representantes dos colonos aprovaram a Declaração de Independência, proclamando a fundação dos Estados Unidos da América.
A Inglaterra não aceitou essa decisão e teve início a guerra pela independência. Os confrontos duraram cinco anos. No início, o bem treinado e equipado exército britânico obteve várias vitórias. Porém, em 1777, a França declarou seu apoio aos revoltosos, enviando mais de 6 mil soldados. O governo francês queria vingar-se da Inglaterra por causa da derrota na Guerra dos Sete Anos.
A Espanha também ajudou os norte-americanos com soldados e dinheiro. Em 1781, os ex-colonos cercaram e derrotaram o exército britânico, obrigando a Inglaterra a reconhecer sua independência em 1783, no Tratado de Paris.
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