– PRÉ-HISTÓRIA DO PLANALTO CENTRAL
O planalto central do Brasil, na região que hoje é o Distrito Federal, preenche alguns requisitos para ser considerada uma área interessante de povoamento pré-histórico.
Existe um triplo divisor de bacias hidrográficas na região, o que seria um caminho inevitável para as migrações.
Eles são nômades que buscaram refúgio em cavernas durante os meses mais frios. No verão, eles saíam para caçar. As cavernas e paredes de pedra da região descrevem esse estilo de vida. Nas paredes, retratavam a vida cotidiana com pinturas de animais e descrições de caça.
– Grutas de Formosa
As Grutas de Fromosa estão localizadas em um morro rochoso entre a Serra Geral do Paraná e o Espigão Mestre da Serra Geral, no Vale do Paraná, Estado de Goiás. Esses blocos se estendem por 8,5 quilômetros e são a bacia hidrográfica entre os rios Paraná e Banderinha.
A formação é claramente descontínua, com quatro picos mais altos – na verdade, apenas a ponta de uma montanha rochosa que foi soterrada por milhares de anos – fazendo com que os moradores locais batizassem o maior bairro de Lapa da Pedra (Lapa da Pedra). Nesta área de 1,8 km de comprimento, encontram-se a maioria das cavernas e pinturas rupestres.
Ilustração de uma gruta. (Figura 1).
Os pesquisadores acreditam que, além dos dedos, o homem pré-histórico também usou um pincel feito especificamente para a arte desse ambiente. Considerando o desgaste da longa exposição, essas pinturas são muito claras. Alguns chegam a 7,5 metros do solo e a maioria tem uma tonalidade: vermelho, laranja, bordô e preto.
Existem muitas manifestações a animais como tatus e veados. Há também pegadas, com quatro, cinco e seis dedos e desenhos principais de pessoas. Mas ainda existem muitas esculturas que ainda não foram decifradas pelos cientistas. Eles têm formas geométricas e tradições astronômicas. Os pesquisadores presumem que sejam retratos do céu e de diferentes constelações.
– O ser humano no Planalto Central
Foi somente em 2017, que arqueólogos concluíram que humanos pisaram em solo onde hoje é Brasília (DF) há 8.414 anos atrás. Essa datação é com base em fragmentos de carvão encontrados em uma escavação.
Os habitantes da pré-história brasileira são divididos em três grupos:
– Caçadores Coletores
Estes viviam em praticamente todo território da América, entre 50 mil e 2,5 mil anos. Habitavam cavernas, florestas e usavam arcos e flechas, bumerangues feitos de pedras, boleadeiras, entre outros.
Como eram caçadores coletores, alimentavam-se de pequenos animais, peixes, moluscos, frutas, sementes, entre outros.
– Povos do Litoral (Sambaquis)
Ocupavam as costas com os mares, desde o Espírito Santo até o Rio Grande do Sul. Eram basicamente sedentários, pois não necessitavam se deslocar para conseguir alimentos.
Sua alimentação era de frutos do mar, mas também coletavam frutas próximas e sementes. Utilizavam os restos das conchas amontoadas para construção de casas.
Possivelmente já realizavam ritos funerários, pois foram encontradas sepulturas com vários objetos e com desenhos.
– Agricultores
São os povos que deram origem às tribos indígenas do planalto central e do Brasil. Eram sedentários e construíam suas casas ou cabanas subterrâneas.
Conhecedores da cerâmica, deixaram muitos vestígios materiais nos quais são possíveis hoje a realização de estudos sobre estes povos.
– Os nativos indígenas
Os nativos que viveram em terras como o Planalto Central possuíam ligações linguísticas através de um tronco de famílias.
Definindo tronco linguístico: Conjunto de línguas da mesma origem. Uma primeira língua de origem teria existido há milhares de anos atrás e as outras ramificaram com o tempo em diversas línguas diferentes.
Existem 2 troncos linguísticos no Brasil:
→ Macro-Jê: com 9 famílias, entre elas: Jê, Caiapó, Caigangue, Botocudo, entre outras.
→ Tupi: com 10 famílias, entre elas: Guarani, Mbyá, Xetá, Tapiete, Guarayo, entre outras.
Ilustração da ocupação nativa em 1700. (Figura 2).
– Cayapó
Viviam em aldeias dispersas, ao longo dos rios Iriri, Bacajá, Fresco e outros afluentes como o rio Xingu.
Possuem uma cosmologia muito rica e complexa. A floresta é considerada um espaço anti-social, local fora da aldeia onde homens podem se transformar em animais ou espíritos, adoecer sem razão e até matar seus parentes.
Possuem ritos específicos para a passagem da morte, pensam que os espíritos dos mortos vivem em uma aldeia em alguma parte das colinas.
Ficaram conhecidos nos anos 80 e 90 pelo ativismo em prol de mais direitos políticos para seu povo e da demarcação de suas terras.
– Xerente
O nome “Xerente” lhes foi atribuído por “não-índios”, visando diferenciar dos demais. Possuíam um sistema simples de vivência, porém com uma construção social muito complexa.
Acreditavam na divisão de duas entidades Dói e Wahirê, respectivamente o Sol e a Lua, que eram heróis míticos e fundadores da sociedade Xerente.
A onça também faz parte da mítica deste povo, pois ela foi a responsável por lhes ensinar o uso do fogo.
Representação ilustratória de um nativo Xingu. (Figura 3).
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