No final do século XVIII a França era o país mais populoso da Europa e também um dos mais injustos. Os franceses viviam sob o Antigo Regime, uma sociedade em que o clero e a nobreza tinham enormes privilégios e o rei se apresentava como representante de Deus na Terra (absolutismo de direito divino).
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Naquela época, a sociedade francesa estava dividida em três estados:
– clero (Alto e baixo clero: cardeais, bispos, abades, padres, frades e monges);
– nobreza (família real, nobreza cortesã, nobreza provincial e nobreza toga);
– camponeses, trabalhadores das cidades e os burgueses.
O rei, os nobres e o clero possuíam terras, poder e diversos privilégios, como por exemplo, não pagar quase nenhum imposto. Os camponeses, trabalhadores e burgueses, que era a maioria da população (terceiro estado – 27 milhões pessoas) pagavam grande parte dos impostos e sustentava, com o seu trabalho, o clero (primeiro estado – 280 mil pessoas) e a nobreza (segundo estado – 840 mil pessoas).
Os camponeses pagavam a talha e o dízimo e, em caso de uma má colheita, eles passavam fome. Isto gerava frequentes protestos. O Antigo Regime francês tinha uma população em que a maioria vivia e trabalhava no campo. Mas, devido à baixa produtividade agrícola, a oferta de alimentos era pequena e seus preços, altos. A fome e a miséria atingiram duramente os mais pobres, gerando grande insatisfação social entre eles.
A burguesia também estava insatisfeita com a monarquia absolutista, e para se sustentar, a monarquia aumentava impostos encarecendo os preços das mercadorias, fazendo com que muitas empresas falissem, gerando muito desemprego.
Convocação dos Estados Gerais
O governo de Luís XVI precisava cada vez mais de dinheiro para equilibrar suas contas, pois gastava muito mais que podia, ao mesmo tempo em que a fome e o desemprego aumentavam a insatisfação dos franceses com o Antigo Regime.
Diante dessa grave situação, o rei convocou a Assembleia dos Estados Gerais. Composta de representantes do clero, nobreza e camponeses, trabalhadores urbanos e burguesia.
Nessa assembleia, cada estado tinha direito a um voto. Por isso, o clero e a nobreza estavam certos de que teriam o controle da situação, uma vez que ambos reunidos tinham dois votos contra apenas um do terceiro estado.
Porém, não foi isso o que aconteceu; os membros do terceiro estado lançaram uma campanha em favor da votação individual. Em maio de 1789, a Assembleia dos Estados Gerais reuniu-se para debater a situação do país.
Nessa assembleia, cada estado tinha direito a um voto. Por isso, o clero e a nobreza estavam certos de que teriam o controle da situação, uma vez que ambos reunidos tinham dois votos contra apenas um do terceiro estado.
Porém, não foi isso o que aconteceu; os membros do terceiro estado lançaram uma campanha em favor da votação individual. Em maio de 1789, a Assembleia dos Estados Gerais reuniu-se para debater a situação do país.
Assim que a assembleia começou, o rei Luís XVI, apoiado pela nobreza e pelo clero, decidiu que tudo continuaria como antes: a votação continuaria sendo por Estado; com isso, o Terceiro Estado continuaria tendo apenas um terço dos votos.
Com isso, o rei ordenou que os deputados do Terceiro Estado se retirassem do salão. Um deputado do retrucou que estavam lá pela vontade do povo, e que só iriam sair com a força das baionetas. Após isso, Luís XVI mandou fechar a sala onde os deputados se reuniam. Como consequência desse ato, eles invadiram a sala do Jogo da Pela e lá juraram não se separar enquanto não elaborem uma constituição. Os deputados do Terceiro Estado declararam-se em Assembleia Nacional, com o objetivo de criar uma constituição para a França.
Assembleia Constituinte
Assim que se espalhou a notícia de que o rei mandaria reprimir a assembleia, no dia 14 de julho de 1789 populares da cidade de Paris saíram às ruas saqueando depósitos de armas e de alimentos. Invadiram e tomaram a Bastilha, prisão-símbolo do absolutismo.
Com a chegada da notícia da queda da Bastilha ao interior, os camponeses passaram a invadir castelos e a pôr fogo nos registros de suas dívidas e nos documentos sobre impostos.
A Assembleia Nacional Constituinte se sentiu pressionada pelo avanço da revolução na cidade e no campo, e no dia 4 de agosto de 1789 colocou fim naquilo que sobrou do feudalismo francês: aboliu a servidão, os dízimos e os privilégios do clero e da nobreza.
No dia 26 de agosto de 1789, a Assembleia aprovou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, reconhecendo o direito de todos à liberdade, à segurança, à propriedade, à igualdade perante a lei e a resistir a qualquer tipo de opressão.
Monarquia Constitucional
No ano de 1791, a Assembleia Nacional aprovou uma constituição, que incorporou a perda dos privilégios do clero e da nobreza e limitou o poder do rei instituindo a Monarquia Constitucional: o rei já não tinha mais o poder de fazer e aprovar leis. Com isso, chegava ao fim a monarquia absolutista na França.
Isso gerou profundo desconforto ao rei francês, que se aliou aos reis da Áustria e da Prússia e a uma parte da nobreza e do alto clero francês que estava indignado com a perda de privilégios. A Assembleia declarou “a pátria em perigo”, o rei fugiu acompanhado de sua família, mas foi reconhecido e preso. Populares se juntaram ao exército francês, que ganhou forças para vencer os estrangeiros na Batalha de Valmy, em 20 de setembro de 1792.
Convenção Nacional
Logo após a derrota da monarquia, uma Convenção Nacional foi eleita as pressas para elaborar uma nova Constituição. Os membros da Convenção foram eleitos pelo voto universal, e não mais pelo voto baseado na renda do cidadão e a primeira atitude da Convenção foi abolir a monarquia e proclamar a República.
O rei Luís XVI foi acusado de trair a pátria e foi levado a julgamento, que posteriormente foi declarado culpado, pois encontraram documentos e acordos que ele fizera com monarcas estrangeiros a fim de invadir a França. Em janeiro de 1973 o rei foi executado em praça pública.
Jacobinos no poder
Após a execução do rei, a oposição dos jacobinos (representantes da pequena burguesia que defendiam um governo central forte, voto universal e participação popular).
Eles mantiveram o controle da situação criando órgãos especiais como Comitê de Salvação Pública, e à frente estava Robespierre, o chefe de governo. Robespierre e seus auxiliares tomaram uma série de medidas para tentar tirar a França da crise profunda:
– distribuíram as terras dos nobres entre milhares de camponeses;
– aboliram a escravidão nas colônias francesas;
– tornaram o ensino primário obrigatório e gratuito;
– e tabelaram os preços dos gêneros de primeira necessidade
Essas medidas contentaram as camadas populares e desagradaram aos girondinos (representantes da alta e média burguesia que defendiam o voto censitário, a propriedade privada e eram contrários à participação popular).
A tensão entre esses grupos aumentou ainda mais com o assassinato do líder Jean Paul Marat por uma mulher vinculada aos girondinos.
Com isso, as pessoas suspeitas de conspirar contra a revolução passaram a ser condenadas à morte na guilhotina. Os deputados girondinos e os da planície aproveitaram a radicalização política para implementar um golpe: prenderam Robespierre e os demais líderes jacobinos e os guilhotinaram.
O Diretório
Com o golpe que derrubou os jacobinos, o poder passou às mãos dos políticos que representavam os interesses da alta burguesia. Os novos governantes deram apoio à burguesia, que ampliou seus negócios e investiu na indústria e no comércio.
Foi elaborada uma nova Constituição em 1795, que manteve a república, restabeleceu o voto censitário e colocou o governo nas mãos de um Diretório, que era composto de cinco deputados. O governo do Diretório também encontrou inúmeras resistências.
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