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Napoleão Bonaparte 1

Napoleão Cruzando os Alpes, Jacques-Louis David, 1801.

Época de Napoleão

O general francês Napoleão Bonaparte tornou-se um dos homens mais poderosos da Europa no início do século XIX. Durante seu governo, os franceses participaram de várias guerras e conquistaram diversos países.

Acontece que esse período também foi marcado por tragédias como a morte de quase 2 milhões de franceses em decorrência da violência das guerras. Napoleão foi uma figura bastante contraditória: apesar de ser admirado por sua inteligência, era criticado por sua ambição de poder. Sua fama percorreu o mundo e a memória de seus feitos permanece até os dias atuais.

Governo de Napoleão

Em sua carreira militar e política, Napoleão Bonaparte teve uma ascensão que impressionou o mundo. Ele nasceu em 1769, na Córsega, uma ilha pertencente à França. Aos 10 anos de idade, ingressou na escola militar e, aos 16 anos, foi promovido a segundo-tenente do exército.

Durante a Revolução Francesa, Napoleão demonstrou um brilhante talento militar. Por isso, com apenas 24 anos, foi nomeado general, tornando-se o homem mais jovem a ocupar esse posto no exército francês.

Posteriormente, ele comandou diversas batalhas de forma competente e sua fama espalhou-se. Com o golpe de 18 Brumário, Napoleão chegou ao poder e governou a França por cerca de quinze anos.

O governo de Napoleão pode ser dividido em três períodos:

1) Consulado (1799 a 1804);

2) Império (1804 a 1815); e

3) Governo dos Cem Dias (1815).

Napoleão Bonaparte 2

O general Bonaparte no Conselho dos Quinhentos em Saint-Cloud, obra de François Bouchot feita em 1840. A pintura, um óleo sobre tela de 421 cm 3 401 cm, representa o golpe de Estado de 1799, conhecido como 18 Brumário, que colocou Napoleão Bonaparte no poder. Localizada no Palácio de Versalhes, na França.

1) Consulado (1799 – 1804)

Durante o Consulado, o regime republicano foi mantido, e o governo da França era composto de três indivíduos (cônsules). Quem de fato comandava era Napoleão, eleito primeiro-cônsul.

Dentro de suas atribuições, estava comandar o Exército, nomear os membros da administração pública, propor leis e orientar a política externa. Napoleão perseguiu seus opositores por meio da censura e da repressão policial, apesar de seu perfil ditatorial e antidemocrático, ele não abandonou certos princípios da Revolução Francesa.

No decorrer de seu governo, diversas reformas foram implantadas:

– criação do Banco da França (1800) – que controlava a emissão de moedas, regulava a inflação, concedia empréstimos;

– reorganização do ensino público – que passou a ter como objetivo formar cidadãos para servirem ao Estado. Difundiu-se também a ideia da universalização do ensino laico e de que todos deveriam ter acesso à educação.

– elaboração de um Código Civil (1804) – que aboliu de vez os antigos privilégios da nobreza e do clero e consagrou alguns ideais iluministas, como:  liberdade individual; igualdade perante a lei; respeito à propriedade privada;  casamento civil separado do religioso. O Código Civil francês influenciou na legislação de diversos outros países, inclusive na brasileira.

Essas medidas garantiram a estabilidade econômica e política do Estado, o que aumentou a popularidade de Napoleão. Com o apoio do povo e a aprovação do Senado, Napoleão foi proclamado cônsul vitalício em 1802, conquistando o direito de indicar seu sucessor ao governo, o que na prática, significou a volta da monarquia hereditária.

2) Império (1804 – 1815)

Em 1804, Napoleão e seu grupo político mobilizaram a opinião pública para implantar definitivamente o Império.

Dessa forma, foi realizado um plebiscito na qual quase 60% dos eleitores escolheram a monarquia como forma de governo, e Napoleão tornou-se imperador. O novo imperador foi coroado em uma festa solene na catedral de Notre Dame.

O papa Pio VII viajou a Paris para participar desse evento e coroar Napoleão. Durante a cerimônia, em um gesto surpreendente, o imperador tirou a coroa das mãos do papa e coroou a si próprio. Com essa atitude, quis mostrar que não admitia autoridade superior à sua. Em seguida, coroou sua esposa, a imperatriz Josefina.

Napoleão Bonaparte 3

A coroação do Imperador Napoleão I e a coroação da Imperatriz Josefina na catedral de Notre Dame em 2 de dezembro de 1804. Obra de Jacques Louis David, produzida entre 1806 e 1807. Óleo sobre tela. Localizada no Museu do Louvre, Paris, França.

Durante o Império Napoleônico, formou-se uma corte composta de oficiais militares, membros da alta burguesia e da antiga nobreza. Também foram construídos grandes monumentos simbolizando o poder do Império, como o Arco do Triunfo (1806-1836), inspirado na arquitetura romana.

O exército francês foi fortalecido, tornando-se o mais poderoso da Europa, pois no seu Império, Napoleão comandou uma série de campanhas militares para expandir os domínios da França.

Em 1805, as forças francesas tentaram invadir a Inglaterra, mas foram derrotadas na Batalha de Trafalgar, quando ficou demonstrada a superioridade naval britânica. Nos anos seguintes, entre 1805 e 1807, as forças napoleônicas atacaram o Egito, que era controlado pelos ingleses, e venceram batalhas na Áustria, Prússia e Rússia. Em 1812, o Império francês atingiu sua extensão máxima, dominando grande parte da Europa, cujo território, viviam aproximadamente 50 milhões de pessoas. Essa expansão foi muito criticada socialmente, pois ocorreram inúmeras mortes em campos de batalha.

Bloqueio continental

O governo de Napoleão decretou o Bloqueio Continental em 1806, em uma tentativa de atacar a Inglaterra. Todos os portos do continente sob a influência da França deveriam se fechar para o comércio com os britânicos. Essa era uma estratégia que visava enfraquecer os ingleses por meio da pressão econômica.

O Bloqueio Continental prejudicou a economia inglesa, mas não tanto quanto o governo francês esperava. Em várias regiões da Europa, a economia era agrícola e muitas pessoas desejavam adquirir produtos industrializados da Inglaterra. Assim, o contrabando desses produtos aumentou e alguns governos não aderiram ao Bloqueio (como Portugal) ou decidiram rompê-lo (caso da Rússia).

Como punição, tropas francesas invadiram Portugal. Essa invasão motivou a vinda da família real portuguesa e de sua Corte para o Brasil em 1808 e como consequência, a sede do governo português foi transferida para o Rio de Janeiro.

Governo dos Cem Dias (1815)

Em março de 1815, após a desastrosa campanha militar à Rússia, Napoleão fugiu da ilha de Elba (uma ilha no mar Mediterrâneo) e regressou à França. As tropas enviadas para prendê-lo acabaram unindo-se a ele. A população francesa, insatisfeita com o absolutismo do rei Luís XVIII, festejou a chegada de Napoleão a Paris.

Napoleão reconquistou o poder e obrigou o rei e sua família a fugirem da França. Diante disso, os governos estrangeiros organizaram uma aliança militar contra as forças napoleônicas.

Depois de cem dias à frente do governo, Napoleão foi definitivamente derrotado na Batalha de Waterloo, em junho de 1815. No mesmo ano, Luís XVIII voltou ao trono francês. Napoleão foi preso pelos ingleses e exilado na ilha de Santa Helena, no Atlântico Sul, onde permaneceu até morrer, em 1821.

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